Câncer x fertilidade
Utilizando os dados da mesma pesquisa, os pesquisadores americanos analisaram também as taxas de fertilidade relatadas entre as pacientes curadas. Descobriram que cerca de metade das que tinham sido tratadas para a doença de Hodgkin e linfoma não-Hodgkin tiveram sua fertilidade prejudicada ou apresentaram menopausa precoce. Mesmo as mulheres que continuaram a apresentar ciclos menstruais regulares, durante a quimioterapia, apresentaram uma incidência muito maior de infertilidade. Pesquisas recentes da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, 70% dos oncologistas discutem perdas reprodutivas com seus pacientes, mas apenas 25% encaminham pacientes para um especialista de fertilidade. “Na experiência brasileira, percebemos que as referências à preservação da fertilidade do paciente com câncer estão aumentando, mas a conscientização entre os próprios médicos precisa ser maior. Os oncologistas devem deixar claro para as pacientes que a preservação da fertilidade faz parte do tratamento do câncer. Se os médicos recomendam que as mulheres providenciem perucas para a eventual queda de cabelos por conta da quimioterapia, por que não conversar sobre aspectos reprodutivos que podem estar envolvidos?”, questiona Joji Ueno, Doutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da USP
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