A RADIAÇÃO SOLAR SE DIVIDE EM QUATRO TIPOS
Ultravioleta A (UVA)
Vai até a segunda camada da pele, a derme, e estimula o bronzeado.
Ultravioleta B (UVB)
Pára na superfície da pele e a deixa ressecada.
Ultravioleta C (UVC)
É o mais nocivo e causa tumor porque vai fundo. Mas costuma ser barrado pela camada de ozônio.
Infravermelhos
Aquecem o corpo e dilatam os vasos.
SALVANDO A PRÓPRIA PELE
A proteção contra os raios solares é essencial
Infelizmente o sol envelhece e, o que é pior, leva ao câncer. Mas não é por isso que todo mundo vai ficar trancado em casa. Para desfrutar da estação ensolarada, fique de olho no relógio. Fuja dos raios de sol entre 10 e 15 horas (acrescente 60 minutos se estiver no horário de verão). E não deixe de se lambuzar de filtro. Nada de economia. “A camada deve ser espessa”, diz o dermatologista Sérgio Yamada, da Universidade Federal de São Paulo. Os fotoprotetores estão cada vez mais modernos e existem até fórmulas sem perfume para quem tem alergia. Se você dormir na cadeira de praia, os raios ultravioleta podem maltratá-lo. “São eles que danificam o DNA das células, fazendo com que elas se multipliquem de forma desordenada”, explica o cirurgião plástico Rogério Izar, do Hospital do Câncer, em São Paulo. É assim que surge o tumor de pele.
DESFESA NA MEDIDA CERTA
Saiba escolher o fator de proteção (FPS) correto para você:
É o caso da sua pele? | O seu tipo então é… | FPS mínimo |
Sempre fica queimada, jamais bronzeada | Extremamente sensível | 20 |
Fica bem queimada depois de ganhar um leve bronzeado | Muito sensível | 12 |
Fica bronzeada aos poucos, mas acaba levemente queimada | Sensível | 8 |
Quase não se queima e sempre se bronzeia | Moderadamente sensível | 4 |
Raramente se queima e fica muito bronzeada | Pouco sensível | 2 |
Um bom escudo contra os raios de sol
No verão, os médicos recomendam o uso de filtros diariamente. Até mesmo em dias nublados
“Os fotoprotetores devem ser aplicados 30 minutos antes da exposição ao sol e reaplicados a cada uma hora”, ensina a dermatologista Shirlei Borelli, de São Paulo. Na meninada a atenção deve ser redobrada e, se o bebê for menor de 6 meses, é melhor nem pôr a carinha para fora nos horários mais quentes. Aliás, muitos especialistas desaconselham a ida à praia no primeiro semestre de vida. “Os efeitos do sol são cumulativos”, alerta o dermatologista Victor Reis, do Hospital das Clínicas da capital paulista. Estragos invisíveis — no núcleo das células — ocorridos na mais tenra idade podem virar o câncer da maturidade.
EXISTEM DUAS FORMAS DE FILTRAR A RADIAÇÃO
1. Barreira física
Esse tipo de filtro forma uma película que reflete o raio solar. Ele bate nela e se dissipa.
2. Barreira química
As moléculas desse filtro absorvem os raios, transformando-os em outro tipo de energia, inócua para a pele.
BELEZA POR UM FIO
Depois de um bom dia na praia você pode se espantar ao olhar no espelho, principalmente se deixou de lado seus cabelos enquanto se esbaldava. Eles podem clarear e ressecar com a ação do sol. “Os raios ultravioleta agem na cutícula (veja o infográfico) e os fios ficam quebradiços”, explica o dermatologista José Marcos Pereira, de São Paulo.
Além do sol, outro fator que deixa a cabeleira feia é o hábito de lavá-la toda hora. O.k., pode ser ótimo para refrescar, mas isso faz com que a oleosidade natural dos fios, comparável a uma barreira, seja removida. Por isso, é bom reforçar a proteção. O dermatologista Ricardo Fenelon, do Centro de Dermatologia e Laser, de Brasília, aconselha o uso de xampus com filtro solar. Investir em bons condicionadores também é fundamental.
Hoje muitos desses cosméticos não precisam de enxágüe. Isso é ótimo, porque deixam uma película protetora e você não precisa ir à praia ou à piscina com a cabeça ensebada de um creme passado na última hora.
A estrutura dos seus cabelos
Cada fio é formado dentro do folículo piloso. Feito um tubo, lá no fundo ele abriga a raiz. Já a haste do cabelo é formada por três partes: medula, córtex e cutícula.
O calor e o excesso de luz ameaçam os cabelos
Como alguns cosméticos podem ajudar
Entenda a importância de um bom condicionador para compensar os efeitos da luz e do calor
1. AÇÃO DO SOL
Quando os raios ultravioleta incidem sobre os cabelos, as cutículas são as mais maltratadas. Como são as responsáveis pelo aspecto brilhante dos fios, o efeito mais visível da ação do sol é o ressecamento delas.
2. AÇÃO DOS PRODUTOS
Condicionadores especiais para cabelos secos — que no verão são indicados mesmo para quem não tem fios tão secos — criam uma capa sobre a cutícula, evitando que desidrate. Alguns conseguem até penetrá-la e fornecer água e nutrientes para o córtex, ou miolo do fio. O ideal é que esses produtos também contenham filtro solar.
Usar chapéu ou boné é um ótimo hábito. Eles formam verdadeiros guarda-sóis. Não só os cabelos saem ganhando. Afinal, esses acessórios acabam criando uma boa sombra para o rosto
O CARDÁPIO DA ESTAÇÃO
Eis as dicas da nutricionista Anita Sachs, da Universidade Federal de São Paulo:
• Coma frutas ou tome sucos à vontade. Experimente manga congelada batida com iogurte. Ouse. Acrescente legumes à receita de sua vitamina predileta.
• Troque o purê de batata pelo de abóbora.
• Acrescente cenoura entre os ingredientes do molho de tomate caseiro.
• Abuse das saladas de folhas.
ESTÁ COM SEDE?
Então beba muita água para repor o líquido perdido
Segundo a nutricionista Mônica Jorge, da Universidade de São Paulo (USP), o ideal para repor o que se foi com o suor é tomar cerca de 2 litros ou oito copos de líquidos por dia. Não precisa ser água pura. Sucos de frutas frescas funcionam.
Crianças merecem atenção especial. Interrompa a brincadeira para lhes oferecer líquidos acompanhados de um picolé de fruta — que tem água em sua composição. Evite dar-lhes os calóricos sorvetes cremosos.
Para gente de qualquer idade, a água-de-coco repõe o potássio liberado pelo suor. Já os refrigerantes não têm boa capacidade de hidratação, por serem gasosos e conterem doses generosas de açúcar.
Não exagere. O consumo excessivo de betacaroteno pode causar uma coloração amarelada na palma das mãos e na planta dos pés. Mas isso não significa riscos à saúde
MICOSE
O risco de sair da praia com micoses é alto. A areia é um ambiente propício para a proliferação de vários fungos. Veja os tipo de micose:
• Pitiríase versicolor: também chamada micose de praia ou pano branco, ela causa manchas brancas no pescoço e no tronco, principalmente.
• Micose de virilha: costuma atacar os homens. A fricção provocada pelo elástico do calção abre o caminho para essa infecção, que faz surgir manchas avermelhadas.
• Micose de unha: ela fica esbranquiçada, engrossa e, aos poucos, começa a descolar. Parece simples, mas é o tipinho de micose mais difícil de ser tratado. Em geral só pomadas não bastam.
• Frieira: também conhecida por tinha-de-pé, causa vermelhidão, bolhas e descamação, sobretudo entre os dedos. Extremamente contagiosa, exige que o chão do box do chuveiro seja desinfetado depois de ter sido utilizado.
PREVENÇÃO
• Evite o problema passando uma toalha no corpo após os mergulhos. Trata-se de uma micose que exige a ação de vários anti-sépticos e costuma ser recorrente.
• Procure não usar roupas de banho justas e dê preferência a tecidos de última geração, que secam com maior facilidade.
• Mantenha as unhas curtas e limpas. E não tire totalmente a cutícula, já que ela é uma barreira natural contra os fungos. Depois do banho, enxugue as unhas com o secador de cabelos.
• Não se esqueça de que o verão pede sapatos abertos e distância de meias sintéticas, que deixam os pés aptos a hospedar fungos. Aliás, em casa, por que não relaxar e ficar completamente descalço?
• Os ambientes quentes e úmidos favorecem as micoses
ÉPOCA DE BICHOS GEOGRÁFICOS
Eles são, na verdade, larvas que deixam seus ovos nas fezes de bichos domésticos, como cães e gatos. Como muita gente leva animais para a praia... Bem, o fim da história é que um único passeio do cãozinho pode deixar nas areias centenas de ovos. Estes logo viram mais larvas, que adoram penetrar na pele dos banhistas. Por baixo dela, vai se deslocando e formando o desenho de sua trajetória — uma linha irregular, avermelhada e que, ainda por cima, coça demais. É mais comum naquelas partes do corpo que tocam o chão, ou seja, os pés e o bumbum. Nas crianças, claro, o corpo inteiro acaba virando zona de risco. O tratamento consiste em matar a larva com uma pomada específica, aplicada por vários dias. Se existem mais larvas no corpo, porém, aí não tem jeito: a vítima deverá apelar também para remédios por via oral. A melhor proteção é nunca dispensar a toalha na hora de se sentar na areia da praia e, claro, evitar ficar perto de esgotos — e isso não só por causa dos bichos geográficos.
AI, QUE MOLEZA...
O calor excessivo dilata os vasos do corpo. Com isso, a pressão arterial cai, provocando a maior sonolência. Tudo normal, desde que a pessoa não apresente outros sintomas, como febre, falta de ar, dor de cabeça e até desmaio. Aí pode-se desconfiar de uma insolação, sinal de que ficou muitas horas sob sol escaldante. “Ninguém deve chegar a esse ponto”, diz o dermatologista Tancredo Albuquerque. “Ao menor mal-estar, deve-se buscar um local bem ventilado e cheio de sombra”, ensina.
“Além disso, é importante beber bastante água.” Isso porque a insolação é prima da desidratação. Costuma ocorrer justamente quando o corpo já está perdendo até o líquido que fica entre as células. Uma leve queda de pressão é normal no calor
MAIS DICAS
• Não faça seu bebê ter brotoejas, aquelas pintinhas vermelhas que não param de coçar. Deixe-o com roupas leves ou quase nu.
• Pernilongos parecem adorar o verão. Afaste-os com repelentes naturais como a citronela. Adultos podem ainda tomar vitamina B, que faz a pele exalar um cheiro odiado por esses insetos.
BRONZEADO VERDE, AMARELO OU VERMELHO?
É só escolher: frutas amarelas, como mamão, manga, laranja, mexerica e damasco, ou vermelhas, como morango e melancia. Pode-se optar, ainda, entre legumes como tomate, cenoura e abóbora e hortaliças de tom verde-escuro feito o espinafre, a rúcula, o brócolis, o agrião e a couve. Todos esses alimentos são fontes naturais de betacaroteno e não podem faltar à mesa de quem pretende obter um bronzeado bonito e duradouro. No entanto, para fazer efeito devem ser consumidos durante 20 dias antes da exposição ao sol. O betacaroteno serve de matéria-prima para o corpo fabricar vitamina A, que, por sua vez, auxilia na produção de melanina, o pigmento que confere o tom de bronze à pele.
Cuidado com a comida
Para evitar aquele peso no estômago depois das refeições, Renata Raele, da Oficina de Nutrição do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, aconselha uma alimentação leve e fracionada. Ou seja, em vez de um belo almoço seguido de um longo jejum, opte por fazer vários pequenos lanches com intervalos regulares. “Refeições fartas e gordurosas pioram aquela sensação de moleza e sonolência que surge com o calor”, explica a especialista.
Para obter energia, prefira cereais integrais, frutas, arroz e feijão, que são ricos em carboidratos. Troque a salada de maionese por uma de macarrão, que é energética, porém leve.
Além disso, não se esqueça dos cuidados de higiene. Eles são fundamentais em qualquer época do ano, é certo. Mas devem ser redobrados no verão, porque o calor e a umidade típicos da estação favorecem a proliferação de fungos e bactérias. Alimentos contaminados podem provocar desde vômitos e diarréias — que, por sua vez, geram perigosos quadros de desidratação — até infecções como a hepatite A.
Nos restaurantes, prefira pratos cozidos ou grelhados. Evite sugestões regadas com molhos — onde as bactérias adoram crescer. Lembre-se: receitas preparadas com ovos crus, como maionese, são alvos fáceis de contaminação e deveriam ser banidas das opções de verão.
Com a água, então, todo zelo é pouco. Até mesmo o gelo da caipirinha é ameaçador, porque a gente nunca sabe se aquele bar gostosinho à beira da praia está congelando água limpa e potável.
Nos dias de calor, o certo é não relaxar na velha dica de consumir, no mínimo, duas porções de frutas. Experimente combinações diferentes em refrescantes saladas
Tenha cautela ao consumir frutos do mar. Deixe para degustá-los em casa e procure comprá-los congelados, verificando sempre a procedência